quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sustentabilidade - Ambiente - Sociedade


Neste início de século, a questão ambiental tenta resgatar sua essência frente às relações sociedade e natureza. Em meados do século XX percebeu-se que os recursos naturais são esgotáveis e que o crescimento sem limites começa a se revelar insustentável com a produção e uso da natureza na escala em que temos. Os recursos naturais, antes de qualquer coisa, passam a ser mercadorias de troca: com preço, passando a relação com a natureza a ser determinada pela lógica econômica. Na atualidade, como membros de uma sociedade de consumidores, vivemos num mundo em que a economia se caracteriza pelo desperdício, onde todas as coisas devem ser devoradas e abandonadas tão rapidamente como surgem e desaparecem ‘sem jamais durarem o tempo suficiente para conter em seu meio o processo vital’. (ARENDT, 1997: 147).
A produção exagerada de tecnologias, as mudanças em ritmo frenético dos designers, o mercado massificado cria novos problemas, não basta produzir, é preciso que o que é produzido fique sem utilidade cada vez mais rapidamente para incentivar cada vez mais o consumo.

Em termos do processo de tomada de consciência ecológica, a percepção de que o planeta estava sendo permanentemente danificado começou quando se ouviu falar do que estava acontecendo com os pescadores do sul do Japão, no final da década de 1950. Momento em que foi instalada uma indústria na Baía de Minamata e os animais que bebiam água na Bahia e se alimentavam dos peixes que ali eram pescados começaram a morrer de tremores, depois os seres humanos também começaram a morrer da mesma maneira, as crianças começaram a nascer cegas e com sérios problemas no cérebro.
No Brasil, as classes mais favorecidas, em geral, tem rejeitado o discurso ecológico, uma vez que seu padrão de consumismo e comportamento de desperdício tem sido selvagem em relação ao meio ambiente e à própria população trabalhadora. Sempre que podem exploram indevidamente a mão de obra humana e desperdiçam os recursos naturais para benefício próprio. Marcando assim um grande egoísmo em nossa sociedade.

O que falta no Brasil, além de maior conscientização por parte da sociedade mais favorecida e do poder público, é proporcionar uma penetração mais ampla da preocupação ecológica nas classes mais populares.
Agora que estamos descobrindo o sentido humanidade, da solidariedade a materialidade desperdiçada e utilizada para construir um mundo confuso e perverso, pode vir a ser uma condição da construção de um mundo mais humano.  Não existe uma solução final não é a simples condenação da ciência nem da tecnologia que evitará a autodestruição da espécie pela destruição da natureza. A salvação do planeta e dos homens depende, antes, das mudanças nas relações entre os homens, e só poderá ser eficaz, ou não, se constituir um cálculo consciente, resultante de uma inteligência crítica que descubra as reais formas de organização política da vida, que institua uma nova sociedade no processo de produção, na organização do trabalho, que se estabeleça em novas bases de cooperação.

Por Sylvana Marques
Bibliografia:

CUNHA, Sandra Baptista; GUERRA, Antônio José teixeira.A questão ambiental: diferentes
abordagens. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,  2005.

1 comentário:

  1. Obrigada pela visita, estaremos visitando seu blog! Atenciosamente Graça Correia.

    ResponderEliminar